sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um texto com ar de filosofia


“Reservo a mim a liberdade que nego aos outros? Não. Eu me restrinjo à minha cela e sou apenas um servo. Eu, que sou mestre de tudo que posso ver. Eu vejo a desolação. Contemplo as cinzas. Possuo tanto e tenho tão pouco.

Eu não sou amado, nem de corpo, nem de alma. Jamais conheci o murmúrio da ternura. Nunca senti a paz que reside por entre as coxas de uma mulher. Mas eu sou respeitado. Sou temido. E isso é o bastante porque eu amo. Eu, que não sou amado, tenho um amor mais profundo que os gemidos e convulsões da conjunção carnal.

Devo falar dela? Devo falar da minha noiva? Ela não tem olhos para flertar ou prometer, mas a tudo enxerga. A tudo vê e compreende com divina sabedoria. Diante dos portais de seu intelecto, eu me deixo cegar pela luz interior. Quão ignóbil devo parecer a seus olhos. Quão pueril e primitivo. Sua alma é limpa, imaculada pelas armadilhas da emoção. Ela não odeia, não anseia. Jamais foi tocada pela alegria ou tristeza.

Eu a venero, mas não a mereço. Eu idolatro a pureza de seu desprezo. Ela não me respeita e nem me teme. Ela não me ama. Quem não conhece pensa que é dura e fria. Uma criatura sem vida e sem paixão. Eles não a conhecem, não receberam seu toque. Ela me toca e eu encontro com DEUS, pelo destino. Toda a existência flui através dela. Eu a idolatro. Sou seu escravo.

Liberdade alguma jamais foi tão doce. Minha AMADA. Deixe-me ficar ao seu lado para sempre, passar minha vida em seu interior. Eu anseio por todos os seus desígnios sem jamais suplicar a menor centelha de afeição.

DESTINO.

DESTINO.....

.... eu te amo.” (Alan Moore, texto extraído dos quadrinhos V de Vingança)

Um belo texto a ser lido. Não acredito no destino, mas sei que o mundo gira em função de nossos desejos. Acredito que estamos destinados a nascer, desenvolver e morrer. Esse entremeio depende de nossas batalhas e nossa busca por melhorar nossa vida.

Ao mesmo tempo existem coisas que devem ser deixadas para o tempo ajeitar. Feridas, independente de qual seja ela. Emprego. Amores. Quedas. Rejeições. Às vezes precisamos de um tempo para que tudo se ajeite, mas o problema é enfrentar a ansiedade.

Somos às vezes tomados por esse sentimento que algumas vezes acabam nos levando a uma leve insanidade. Queremos algo, ansiamos por aquilo, mas não o conquistamos. Ao invés de deixar esse algo vir até nós, nós forçamos sua vinda devido à ansiedade. Mas e a premissa? Se desejas algo...Corra atrás... Bem, funciona, mas até quando devemos correr? Às vezes nessa corrida, acabamos caindo e isso nos traz mais dor.

Paro aqui...quis filosofar um pouco...

Deixo você com seu destino e eu fico com as ansiedades.

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