segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Resenha Cinema: CHE – Part Two


Como falei no mês passado do filme CHE, aproveitei esse final de semana, fui ao Centro de Cultura Mário Quintana e assisti a continuação da cinebiografia contada por Steven Sodenbergh. A parte dois do filme Che se torna massante em comparação com o primeiro filme. Enquanto a primeira parte relata o triunfo de CHE e a Revolução em Cuba, sua continuação relata as últimas horas do guerrilheiro abrindo suas ações junto à Bolívia. São os últimos dias do homem que tentava mudar a situação dos países latino-americanos.

Se no primeiro filme as idas e vindas na história traziam mais dinamismo, nessa segundo parte elas inexistem e tornam o filme mais massante. A ação quase não aparece, são apenas duas horas do guerrilheiro fugindo ou se escondendo e do governo boliviano, juntamente com as forças norte-americanas indo à caça dos revolucionários. O roteiro se ateve apenas a contar em ordem cronológica todo o sofrimento de Guevara em um país que pouco o aceitava, mas que ele acreditava que iria mudar.

A câmera desenfreada é a única coisa que torna o segundo filme um pouco mais atraente. Em certos momentos você parece ser um dos seguidores, correndo, se escondendo e principalmente sofrendo. Enquanto o primeiro filme mostrava a glória e a estratégia, o segundo mostrou o sofrimento e a traição. Cada momento a revolução era traída pelo próprio povo da Bolívia. Como o filme é baseado no próprio diário de Ernesto Guevara, pode-se perceber que mesmo nos momentos de extrema dificuldade ele mantinha sua índole.

O que se salva nessa segunda parte realmente é a atuação de Benício Del Toro e da maquiagem. De cara vemos Ernesto entrando na Bolívia disfarçado e completamente irreconhecível. O ator deu total ênfase às crises de asma que Guevara sofria por estar no meio da mata, tendo que enfrentar não apenas sua saúde, mas as divergências internas entre seus companheiros. Se o ator conseguiu demonstrar tanto a debilidade de CHE, quanto a imponência dele como líder.

O final todo mundo sabe: Che Guevara morre. Mas o filme deixa uma pergunta no ar, quem morreu naquele momento foi CHE ou fomos nós mesmos? A resposta dessa pergunta todos sabemos, afinal o mito morreu tentando dar condições aos povos latinos e se não conseguiu isso ao menos deixou sua imagem como estímulo. A Bolívia continuou sofredora e agora é governada por Evo Morales, um camponês que colhia folhas de coca e hoje governa a Bolívia para seu próprio povo.

2 comentários:

lu castilhos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lu castilhos disse...

Com toda a sinceridade, ainda não sei bem qual é minha opinião sobre o Che - um louco utópico ou somente um louco (não considero "loucura" algo ruim, melhor deixar claro).
O que sei é que tenho quase certeza que, se depois da morte as pessoas continuam "vivas", ele deve se contorcer ao ver guris e gurias vestidos com seu rosto, em camisetas, casacos...
O cara que lutou contra a burguesia acaba caindo na rede do consumismo.Pura contradição feita pela história.